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Arquitetos: CFFA Arquitectos, Francisco Eloy, Vera Blanco
- Área: 3549 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Laura Deus
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Fabricantes: Plexicril
Descrição enviada pela equipe de projeto. Organicamente, o edifício da nova escola das Colinas do Cruzeiro distribui-se em forma de U para o seu interior, não descurando a relação que pretende manter com o bairro e a envolvente próxima, já que oferece uma monumental fachada cortina envidraçada, mas provocando e vincando o caracter intimista e familiar que se pretende no relacionamento da população escolar. Volumetricamente, dispõe-se em dois pisos na cota mais alta do terreno e em três na cota mais baixa, apresentando o piso térreo um recuo face à fachada dominante, como forma de reduzir o eventual impacto da cércea resultante.
Basicamente, a escola separa, no piso térreo, a função pré-escolar, dos restantes pisos, onde se encontra distribuído o 1º ciclo. As zonas sociais comuns coexistem no piso intermédio, por onde se faz a entrada principal da escola. A comunicação entre pisos é feita por via de escadas, rampas ou um ascensor. As crianças do pré-escolar apenas poderão circular pelas rampas, ou escadas, se vigiados.
Exteriormente, os pátios e logradouros dispõe-se em dois plateaus com cotas distintas, que encontram paralelismo no nível educacional que servem - a cota mais baixa do terreno, onde se situa o pré-escolar, acomoda os logradouros coberto e descoberto com equipamentos lúdicos para a camada mais jovem da população escolar, a outra permite a existência de diversos pátios / logradouros, bem como um campo de jogos e uma vasta área coberta com equipamentos lúdicos.
Organicamente, o edifício escolar procura fazer uso do terreno onde se insere, bem como da exposição solar presente: salas de aula com muita luz natural e proteções solares adequadas, zonas comuns e de confronto direto com a cidade com largos panos envidraçados, favorecendo o diálogo e a intimidade entre o objeto escolar e a envolvente urbana instalada. Interiormente, a luz continua a ser dominante, quer nas inúmeras aberturas para os pátios e logradouros, quer na claraboia sobre a zona central de distribuição da população escolar pelo edifício, quer no jogo de luzes e sombras promovidos no refeitório escolar.
A linguagem arquitetónica utilizada é simples e despojada, assim como todos os materiais propostos; desprende-se de artifícios e subterfúgios, procura antes despertar a consciencialização do objeto como algo fascinante, onde se vai todos os dias para viver, crescer e aprender. Não é por acaso que todos nos lembramos da nossa primeira escola - como edifício marcante, esta deve ser encarada com total simplicidade e promover a afetividade e entrosamento com as crianças, como forma de participar ativamente no seu processo de aprendizagem e crescimento, bem como na memória coletiva futura.